quinta-feira, 3 de março de 2011

Love you

Passo os dias apaixonada. Não apaixonada pelo amor divino, aquele que inflama e corrói o peito, mas pelo amor banal, totalmente invulgar. Pelo amor raro, aquele que toda a gente conhece. Pelo amor limpo, mais gasto que a chuva. Passo os dias apaixonada pelo tudo e pelo nada, pelo valor do insignificante, pelo doce e pelo amargo; apaixono-me pelo olhar acetinado do mar, e pela serenidade meticulosa da areia; pelo extravagante da brisa e pelo meigo do tempo.
E, no meio de tudo, sei ainda apaixonar-me por caminhares desleixados, outros tão certos como os ponteiros; consigo aceder o coração a mãos unidas por laços e outras longinquas como o Sol do mar; apaixono-me ainda pelos cabelos que voam e pelas estrelas que pontilham o céu; pela Lua que nasce e o Sol que adormece.
Mas amar, sim, amar nunca derivou do facto de ter de querer ou poder ser. Nunca foi a obrigação do peito, ou o choro sádico; amar comtempla-se do alto da liberdade e do olhar fixo em algo, provém do ser capaz e racional, é um sentimento indefinivel, é um passado quase presente, e uma vela por acender, e amor, bom, não poderia ser mais do que aquilo que hoje és, que passaste a ser, e o que talvez serás.
Amor foi o ar e o mar, a calma agitada e o calor frio; foi o gelo derretido e a chama intensa. Não se define, toma-se por sentido.

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